É triste perceber que muitos líderes hoje ensinam doutrinas que não têm respaldo bíblico. Alguns fazem isso por pura ignorância — por não conhecerem profundamente as Escrituras. Mas outros, infelizmente, têm distorcido deliberadamente a Palavra de Deus com o objetivo de obter vantagens pessoais, autoridade, domínio e prestígio.
O mais preocupante é ver como tantas pessoas, com medo de “desobedecer” ou “se opor” ao seu pastor ou líder, acabam saindo da submissão a Deus e se submetendo a homens falhos, como se fossem infalíveis. Isso é um erro grave. Toda autoridade espiritual precisa estar submissa, cem por cento, à autoridade das Escrituras. Ir a uma igreja que não se submete totalmente à Palavra é perigoso — por mais carismático que seja o líder, por mais “boa” que pareça a igreja.
Martinho Lutero, quando deu início à Reforma Protestante, se levantou contra exatamente esse tipo de situação: uma igreja que seguia as direções do Papa como se fossem infalíveis, mesmo quando contrariavam as Escrituras. Ele clamou por um retorno à Palavra — Sola Scriptura. E hoje, tantos séculos depois, nos encontramos diante do mesmo problema. Só mudou o nome e o púlpito.
Eu falo isso com propriedade, pois também já estive nesse lugar. Eu, pastor Anderson Souza, por um tempo acreditei que, por ter sido “levantado por Deus” como apóstolo, minhas direções eram sempre certas — como se eu fosse infalível por causa do meu chamado. Cheguei a pensar que questionar minhas decisões seria o mesmo que se opor ao próprio Deus. Mas foi ao mergulhar na Palavra, com humildade e temor, que percebi o quanto estava enganado. Inclusive compreendi que aquele título de “apóstolo” que eu carregava não veio de Deus, mas de uma estrutura humana. E com muita alegria, reconheci isso e retomei meu ministério pastoral — com mais temor, simplicidade e sujeição à Palavra.
Por isso, o conselho que eu te dou hoje é direto: não tenha medo de questionar quem for, se aquilo que está sendo ensinado ou praticado não estiver 100% alinhado com a Palavra de Deus. Você não tomaria um copo de água com uma gota de veneno, certo? Então por que beber da fonte de um ensino contaminado, mesmo que venha de uma “boa igreja”? Ou é pura a Palavra, ou não é Palavra de Deus.
Ainda bem que Martinho Lutero não pensou como muitos cristãos hoje — que têm medo de se opor àquilo que acham ser uma autoridade infalível. Ele não teve esse medo, e por isso aconteceu a Reforma. Talvez você também possa ser um grande instrumento de reforma no seu ministério.
No amor em Cristo,
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